Semana de 13 a 19 de dezembro de 2020
Leitura: Mateus 5.21-26
Depois de falar do padrão de justiça do Reino (Mateus 5.17-20), o Senhor Jesus começa a mostrar como essa justiça se manifesta de forma prática, comparando a lei e as tradições judaicas (especialmente os dez mandamentos) com os pensamentos e intenções mais íntimos do ser humano.
Matar alguém foi proibido na lei de Moisés, assim como em todas as legislações ao longo da história. O princípio que está por trás desta norma é estabelecer que, da mesma forma que somente Deus pode dar a vida, somente Ele tem o direito de tirá-la. Logo, se o salário do pecado é a morte, Deus poderia tirar a vida de qualquer pecador já no primeiro ato de desobediência. Mas ele não faz isso, porque sua misericórdia trabalha para salvar a humanidade.
Outro ponto importante de salientarmos é que a lei alcança somente os atos exteriores, não importando a intenção do coração. Como Deus é Espírito e sonda mente e corações, sua santidade demanda pureza não só no exterior, mas também no íntimo do coração. Por isso, Jesus deixa claro que a ira, o insulto e o desprezo por alguém revelam a existência do mesmo pecado que sujeita um assassino a ser julgado (e condenado).
Então, Jesus acrescenta algo que aparentemente não tem ligação com esse assunto: Ele diz que eu não devo trazer uma oferta a Deus se houver divisão entre mim e meu irmão. Inclusive, há um cântico antigo cuja letra é exatamente esse trecho de Mateus 5.23-24, ao qual o autor acrescenta a seguinte conclusão: “Deus não aceita oferta, de quem não quer ofertar perdão”.
Esse é o ponto. Quando somos atacados, ou de qualquer forma nos vemos incomodados por outra pessoa, nosso instinto humano reage para rebater a ofensa e, se possível, eliminar o agressor. Mas, novamente olhamos para o Senhor e vemos que Ele não age assim. Mesmo ofendido constantemente pela humanidade, Deus se move em direção aos pecadores para derrubar o muro da inimizade.
A oferta que Deus espera de nós não consiste em coisas ou atos exteriores, mas em uma atitude de coração semelhante a Dele. Esse é o trabalho do Espírito Santo em nós. A humilhação, o perdão e o esforço para reconciliação, quando feitos por causa do Senhor, valem muito mais para Ele do que qualquer outra oferta que possamos Lhe dedicar.
Em tempos onde a divisão, a soberba e o ódio crescem assustadoramente no mundo (profetizado pelo Senhor ao falar dos últimos dias), é preciso parar, deixar que o Espírito sonde o nosso coração, e avaliar se temos ofertado algo que Lhe agrada. Se em nosso íntimo houver indiferença, distanciamento, rancor ou qualquer forma de ódio para com nosso irmão, precisamos nos arrepender, clamar por misericórdia, e apressadamente buscar a reconciliação, pois o dia de prestarmos contas ao Senhor se aproxima.
Vamos ofertar amor ao Senhor, sofrendo o dano, perdoando, abrindo mão daquilo que temos direito, fruto da vida perfeita e pura, a vida de Cristo, que se manifesta entre nós.