A JUSTIÇA DE DEUS (Samir Machado)

Semana de 04 a 10 de julho de 2021

Na visão humana, misericórdia e justiça são opostas. Quando alguém é culpado e condenado por ter descumprido a lei, costuma-se dizer que foi feita a justiça. Mas, se esta pessoa for perdoada, se diz que ela recebeu misericórdia, e ainda pode-se até considerar um caso de impunidade. 

Ocorre que, para Deus, essas duas atitudes – ou virtudes – andam juntas. Ele é totalmente justo e totalmente misericordioso. Em Deus, há um equilíbrio perfeito de todas as coisas, inclusive dessas duas que parecem ser tão contraditórias.

A justiça se encontra com a misericórdia na morte de Jesus na cruz. Nela foram punidos todos os pecados, e nela também há a expressão da misericórdia de Deus por nós, pois nós mesmos não sofremos a punição pelos nossos pecados, mas a nossa punição recaiu sobre o Cordeiro de Deus, que é misericordioso, justo e justificador, nos livrando do castigo eterno. Nós somos os verdadeiros culpados, mas ele foi sacrificado em nosso lugar. Romanos 3.24-26 diz isso de forma clara.

Se olharmos a justiça de Deus sob a ótica humana, vamos ficar sem esperança, porque continuamos sendo falhos, imperfeitos e totalmente incapazes de cumprir plenamente a Lei de Deus. Essa visão humana também pode nos levar a sermos mais duros e exigentes uns com os outros. E, se o pecado do outro nos atinge diretamente, então a justiça passa a ter um peso ainda maior sobre o culpado. Mas não podemos esquecer que o sangue de Jesus permanece sendo totalmente eficaz em relação aos pecados da humanidade e que, por isso, a justiça de Deus já foi feita, não cabendo a mim lutar por uma justiça própria, nem colocar peso sobre os demais. E quando somos ofendidos, ao invés de buscar a justiça humana, a Palavra de Jesus nos manda agir como Ele: nos humilhando, entregando nosso direito e perdoando o agressor.

De igual modo, olhar a misericórdia de Deus apenas com os olhos humanos também é um problema porque podemos nos enganar pensando que Deus não leva em conta o nosso modo de viver, nem antes, nem depois de nossa conversão. Isso não é verdade. A misericórdia de Deus, que se expressa em sua graça (misericórdia em ação), nos tirou da condenação eterna e nos deu nova vida por causa da Justiça em Cristo. E essa ação não parou no dia em que nos convertemos. Continuamos revestidos de Cristo, cobertos por sua justiça, caminhando dia após dia até sermos totalmente transformados à sua imagem e vivermos para sempre com Ele.

Portanto, os mandamentos de Deus nos ajudam a não sair dessa posição onde, por misericórdia, a justiça de Cristo é a minha garantia de vitória contra o pecado e contra a morte. Não somos mais escravos do pecado, mas se pecarmos e nos arrependermos temos um advogado que nos defende e nos recoloca na direção certa. 

É o que Paulo diz na continuação da carta aos romanos, capítulo 5.17-21:

Por fim, nunca é demais lembrar que um dia estaremos todos diante do Supremo Juiz. Mais uma vez, nossa justiça será o sangue de Cristo. Mas, por exemplo, quando Paulo (2Tm 4.8) e Pedro (1Pe 5.4) falam de uma coroa que está guardada para nós, não estão se referindo apenas à salvação, mas à recompensa que espera por todos aqueles que, considerando na graça, na misericórdia e na justiça de Deus, viveram de forma digna do Nome de Cristo.

Vamos colocar em prática em nossa vida o que estamos meditando e levar essa mensagem de tremenda justiça e misericórdia a quem ainda vive nas trevas, debaixo de condenação.

 

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