REPUDIANDO A INJUSTIÇA (Márcio Nascimento)

Semana de 3 a 9 de outubro de 2021

A injustiça é o oposto da justiça. Justiça é dar a cada pessoa aquilo que lhe pertence; orientar-se pelo direito, pela razão e pela eqüidade; é o hábito de guiar nossas ações de acordo com a lei. E quando pensamos em justiça relacionada a Deus entramos numa dimensão ainda mais profunda que a simples observância da lei, visto que Deus não se torna justo ao se adequar a normas estabelecidas, mas ele mesmo é a origem da justiça porque seu caráter é justo e seu pensamento é que define o que é e o que não é justo. Foi por esse motivo que Jesus disse em Mt 5.20 que se a nossa justiça não excedesse em muito a dos escribas e fariseus (que eram conhecidos como excelentes guardadores de regras e leis), não entraríamos no Reino dos Céus. Quando vivemos como participantes da natureza divina, nossa prática de justiça não vem apenas da observância de regras, mas de uma busca interior por conhecer e manifestar o caráter justo de Deus (Mt 6.33).

Como em todas as áreas de nossa vida espiritual, nossa mente deve ser instruída na justiça pela palavra de Deus (2Tm 3.16). Se não for assim, nosso conceito e práticas de justiça estarão seguindo padrões meramente humanos e desta forma o Senhor não pode ser glorificado em nós. Lembremos que, para Deus, a justiça humana é como “trapos imundos” (Is 64.6).

Uma vez que compreendemos o que é a justiça, devemos praticá-la e repudiar a injustiça, afinal é isso que o Senhor espera de nós. Como exemplos, podemos citar que: um discípulo paga suas dívidas (Rm 13.7-8), não explora seus empregados pagando salários abaixo do que deveria (Cl 4.1), não trapaceia nos pesos e medidas (Pv 11.1), não se aproveita para lucrar sobre alguém em situação difícil (Lv 25.35-37), não oferece nem aceita subornos (Is 33.15-16), trabalha com excelência não apenas pela cobrança do patrão, mas por motivo de sua consciência para com Deus (Cl 3.22).

Embora não seja possível eliminarmos toda a injustiça que existe no mundo, somos chamados a corrigir as injustiças que estão ao nosso alcance dentro de nossa esfera de atuação. Devemos repartir o que temos com os necessitados, falar em favor dos que não conseguem falar por si mesmos, denunciar os erros dos quais tomamos conhecimento. Uma das maneiras de Deus resolver situações de injustiça é colocá-las diante de nós para que as resolvamos em seu nome (Tg 4.17; 2Co 9.8-9).

Por fim, lembremos que nosso chamado é para praticarmos a justiça em todos os níveis possíveis, sem usarmos nossa própria justiça, e sem exigirmos justiça para nós mesmos. Ainda que não seja errado ou proibido para um discípulo ter acesso à proteção que a lei civil oferece a toda sociedade, Jesus avisou que certamente seríamos injustiçados em muitas ocasiões, especialmente por causa de nossa associação com ele (Mt 24.9). Quando isso acontecer, devemos suportar a injustiça sofrida, confiar em Deus e deixar que ele julgue a nossa causa (Rm 12.19; Tg 1.20).

Compartilhe com os irmãos na igreja na casa seu entendimento e suas experiências com a prática da justiça e como abandonou a injustiça. Vamos juntos conhecer mais e melhor o Senhor e seu caráter perfeito!

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