Semana de 10 a 16 de abril de 2022
Do final do capítulo 15 até o capítulo 18, temos a segunda viagem missionária de Paulo, que abriu uma porta para o evangelho em direção à Europa. Não era este o plano inicial de Paulo, mas no capítulo 16 vemos que o Senhor lhe deu uma visão de um varão macedônio pedindo sua ajuda. Atentos à direção do Espírito Santo, foram pregar naquela região, começando por Filipos, na Macedônia.
Em cada cidade Paulo e seus companheiros tinham por hábito pregar primeiramente na sinagoga, aos sábados. Porém, em Filipos, algo diferente aconteceu. No sábado, eles foram orar à beira de um rio e ali pregaram para algumas mulheres, entre as quais estava Lídia. Ela E TODA SUA CASA se converteram e foram batizados (At 16.15). Mais tarde, devido à expulsão de um espírito adivinhador, foram acusados, açoitados e presos. Ainda naquela noite, após um período de oração e louvor (mesmo acorrentados e certamente sofrendo com as dores dos açoites), foram libertados pela mão poderosa e milagrosa de Deus. O carcereiro, que testemunhou tudo que havia acontecido, manifestou o desejo de ter essa salvação pregada por Paulo, o qual lhe respondeu da seguinte forma: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31).
Naquela cidade, nasceu uma igreja cuja estrutura se resumia simplesmente às casas, e seus membros eram os membros da família que ali residiam, além de outros que, de certa forma, também estavam incluídos na vida da família (Oikos). Não sabemos se a casa em questão era a do carcereiro, a de Lídia (Atos 16.40), ou ambas, mas é certo que nesse contexto tão simples, mas cheio de vida e poder, desenvolveu-se uma das igrejas mais elogiadas por Paulo (confira isto na carta aos Filipenses).
Uma igreja unida, corajosa e pronta para lutar pela fé do evangelho (Fp 1.27-28); capaz de compreender e ser mansa e humilde como o Senhor Jesus (Fp 2.1-11). Uma igreja alegre, firme na verdade (Fp 3) e que, mesmo tendo problemas, sabia como lidar de forma espiritual com suas fraquezas (Fp 4.1-7). Uma igreja amável, agradecida, generosa (Fp 4.8-20), e pronta para sofrer pelo nome de Jesus.
Temos muito a aprender com o capítulo 16 de Atos e com a igreja de Filipos. Já entendemos que a base da igreja são as famílias e que, de casa em casa, o evangelho se expande com mais eficiência do que por outros meios. Contudo, será que temos buscado resgatar e desenvolver essa vida simples da igreja da casa? Temos dado valor aos relacionamentos próprios da família e dos que convivem nesse círculo tão íntimo?
O evangelho pregado e vivido nesse contexto tem sido real para nos transformar à imagem de Cristo, como Paulo fala em Filipenses 2? Ou nos acostumamos com um modelo, um método, uma forma de encontro apenas?