Semana de 19 a 25 de junho de 2022
O capítulo 3 de Tiago começa com uma recomendação que pode ser mal interpretada: “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo”. Mas, como conciliar esta palavra, por exemplo, com o que está registrado em Hebreus 5.12: “Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus”?
A questão não é o quanto temos de conhecimento ou experiência, mas o quanto de soberba e altivez estão escondidas em nosso interior. Como a boca fala daquilo que há no coração, O que está lá dentro vai se manifestar em palavras que não edificam, como julgamento, acusação, maledicência, maldição, etc. Quando isso ocorre, esse pequeno órgão do corpo humano (a língua) acaba por dar início a um incêndio que pode destruir tudo na minha vida e na vida dos que estão ao meu redor. E a pior notícia sobre a língua é que “nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero”. O que fazer diante de um quadro destes?
Quando chegamos ao versículo 13 há uma pergunta que aponta para a solução: quem é sábio e inteligente? Podemos procurar mundo afora, mas não vamos encontrar ninguém que supere o nosso Mestre, Jesus, que mostrou sua imensa sabedoria e inteligência através de um proceder manso e uma língua que nunca proferiu dolo (1Pe 2.22). Por isso, nosso falar será igual ao de Jesus quando a sua humildade e mansidão se manifestarem em nossos atos. Dessa forma, nossas palavras serão sempre para bênção e edificação.
Isso não é um trabalho de esforço carnal, nem é fruto de sabedoria humana, que só gera divisão, inveja e confusão. Por isso, Tiago compara essa “sabedoria” terrena à forma de pensar e agir de satanás e dos demônios. Quando a carne vai para a cruz, que é o seu devido lugar, e quando o “negar a si mesmo” se torna nossa escolha diária, então a santidade de Cristo e sua sabedoria celestial começam a se manifestar em nossos relacionamentos na prática, já que ela é “pura (…), pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento”.