No domingo (11/08), nosso irmão José Gustavo compartilhou sobre a importância de contemplar o Senhor, e essa contemplação sendo algo que ocorre no nosso espírito. No último domingo (18/08) vimos a continuação desse trabalho da contemplação e o seu resultado em nossa alma. Aquilo que Deus começa fazendo em nosso Espírito, através da fé, continua sendo realizado na nossa alma.
A carne, de acordo com a palavra, é uma sociedade entre a alma e o corpo que naturalmente possui uma vontade contrária a Deus. Quando nos convertemos passamos pela regeneração do nosso espírito e o Espírito Santo vem habitar no nosso interior, porém, ainda permanece em nós essa vontade contrária, como se fosse uma força inercial que pressiona para o lado contrário do Espírito. Então entramos no longo processo que chamamos de santificação, onde o nosso corpo e alma são submetidos ao Espírito.
Nesse processo de santificação a fé tem um papel determinante para nos levar à plena maturidade. E entraremos agora no detalhe da atuação dessa fé em relação a nossa mente e sentimentos.
No velho testamento a palavra para fé utilizada no original é emunah, ela aparece 49 vezes e é traduzida como fiel, fidelidade, lealdade, estabilidade e verdade, sempre se referindo a alguma pessoa. Ou seja, não sendo algo relacionado a conhecimento intelectual, mas sim a uma relação de confiança com uma pessoa. No novo testamento a palavra é pistis no grego, definido no texto de Hebreus 11:1 “como a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem”. Aparecendo a relacionado a firmeza, convicção em algo inabalável, traduzindo para o nosso contexto, a fé não é baseada em algum conhecimento da verdade, mas em uma pessoa que vive a verdade, Jesus. Com isso podemos entender melhor que sem a contemplação de Cristo não podemos ter e crescer em fé.
A partir da contemplação o Espírito começa a ensinar a nossa alma à confiar em Deus.
O homem foi criado a partir de um corpo terreno, e Deus soprou o Espírito sobre o homem, através dessa intersecção de espírito e corpo surgiu a alma, que pode interagir tanto com o espírito quanto com o corpo. O corpo reage ao que é natural, e o espírito ao que é de Deus. A alma sozinha não pode fazer nada, ou ela vai agir com o corpo ou para aquilo que é do espírito, sempre se voltando para uma dessas duas referências. Um exemplo disso é uma pessoa que entra em coma, perde os sentidos e a capacidade de interagir com o mundo natural, mas, mesmo assim, há muitos relatos de experiências espirituais durante esse período.
A vontade de Deus é recebida pelo Espírito. através de uma função do espírito do homem, chamada consciência. que é capaz de discernir o bem e o mal de acordo com os critérios de Deus. Depois da consciência discernir a vontade de Deus isso passa para o intelecto formando o que chamamos de entendimento (algo que não sabemos se é da alma ou do Espírito, pois a alma e o espírito estão em harmonia).
A vontade de Deus se percebe, também, pela intuição, que é outra função do espírito. A intuição não apresenta a vontade de Deus de forma clara e lógica, mas é uma impressão rápida e direta, que apresenta a vontade de Deus pronta para dado momento. A intuição afeta os nossos sentimentos, diferente da consciência que afeta o intelecto. Quando os sentimentos estão no seu devido lugar, sendo guiados pela intuição, as reações são controladas pelo Espírito, ao invés de agir por meio dos impulsos da carne. Vemos o exemplo desse acontecimento em Jesus, quando ele se agita no espírito e se comove com a morte de Lázaro (João 11:33). Mas essa comoção dos sentimentos de Jesus não gera desespero, assim como em Maria e Marta, pois Jesus tinha seus sentimentos sujeitos ao Espírito Santo.
Agora, como a fé vai se desenvolver em nossa vida para chegarmos a tal ponto? O texto de Hebreus 11:1 fala em certeza e convicção, que por sua vez nos lembra de provas ou evidências. A prova não é tal qual a ciência tenta encontrar, pois o fim do conhecimento científico que leva à prova é um controle sobre o conhecimento, mas a fé é o oposto, sendo o quanto a vontade de Deus nos controla. Então a fé não é conhecimento em primeiro lugar, mas sim uma ação do Espírito que vai conquistando a nossa alma.
A continuação do capítulo 11 de Hebreus vai falar sobre os heróis da fé, que mostra resumidamente a história de vários homens que são exemplos de fé, e eles tinham duas coisas em comum: Passaram por provações e não tiraram os olhos das promessas de Deus, confiaram no Senhor, aguardando o que era Celestial.
O livro de Tiago é o livro seguinte a Hebreus, que fala da fé na prática, e já começa trazendo uma afirmação contundente: “Tende por motivo de grande alegria passar por várias provações, sabendo que a provação da fé que vocês têm produz perseverança.” Em Romanos 5 temos uma afirmação parecida que coloca a mesma sequência, tendo a provação que produz perseverança, a perseverança experiência, e a experiência esperança, e a experiência firma nosso relacionamento com Deus, pois Deus derrama seu amor no nosso coração pelo Espírito.
Muitas vezes pensamos que a maior prova de amor é alguém nos livrar dos problemas, assim como muitas vezes tentamos fazer com os nossos filhos, porém, essa não é a lógica divina. Se mantemos nossa certeza de quem somos em Deus, e de quem Deus é, em meio aos nossos problemas, isso produz em nós perseverança. Com isso vemos a vontade de Deus se cumprindo em nossa vida, gerando experiência. A experiencia que segue a esperança não advém de algum hábito, mas sim de algo interior, é a comprovação pelo relacionamento com Deus, da sua confiabilidade. E por fim recebemos esperança. Diante dessa preciosa meditação, compartilhe com seus irmãos alguma experiência que aconteceu com você onde é possível identificar a mesma sequência de Tiago 1 e Romanos 5. Com isso, vamos animar uns aos outros a confiarmos em Jesus para que cresçamos em fé.
Comentário (1)
Ana Clorí| 21 de agosto de 2024
Olá irmãos. Não tem o texto da palavra. Obrigada.