SÉRIE: A VIDA NORMAL DA IGREJA (O testemunho cristão normal, Atos 21 a 26)

Semana de 08 a 14 de maio de 2022

Ao meditarmos em Atos 19 e 20, vimos que Paulo despediu-se dos irmãos de Éfeso como quem não os veria mais nesta vida. Ele iria para Jerusalém com a real possibilidade de uma oposição e perseguição mais intensa. Mesmo assim, Paulo não deixou de fazer o que havia recebido do Senhor como parte final de sua missão pela propagação do evangelho, tal como fizera durante todos os anos que serviu à igreja. 

Alguns dias depois, em Cesaréia, por intermédio do profeta Ágabo, o Senhor confirmou que ele seria preso em Jerusalém (Atos 21.7-14), o que de fato aconteceu quando Paulo encontrou no templo os que o consideravam um opositor ao judaísmo. Passou por interrogatórios, audiências e tudo que as leis judaicas e romanas previam para casos como o dele. De um lado, os judeus querendo matá-lo. De outro, os soldados de Roma protegendo um cidadão romano, mas também querendo evitar confusões e revoltas em Jerusalém. Porém, no meio de tudo isto, Paulo novamente vê o Senhor, que lhe aparece e lhe dá uma palavra de encorajamento: “Coragem! Pois assim como você deu testemunho a meu respeito em Jerusalém, é necessário que você testemunhe também em Roma” (Atos 23.11).

“Testemunho”. Esta palavra é chave para entendermos o motivo pelo qual um servo tão dedicado e consagrado ao Senhor, um apóstolo tão eficaz na propagação do evangelho, seria preso e encaminhado a Roma. 

Paulo não tinha um “ministério” no sentido que muitas vezes entendemos hoje, o qual precisava ser mantido, expandido e reconhecido. Paulo era, acima de tudo, uma testemunha. Ele viu o Senhor, mesmo que depois de todos os outros apóstolos. Ele falou com Jesus, ele foi até sua presença e viu coisas tão tremendas que não poderia dizê-las. Mas o que lhe foi permitido falar ele proclamou sem deixar nada de fora: a graça, o amor, o poder, a santidade, a supremacia do Senhor Jesus Cristo, e a glória de Cristo em sua igreja.

As ofensas, os ataques, os açoites e a prisão não eram suficientes para intimidar este servo, especialmente quando ele recebia do Senhor uma exortação como esta: “coragem”. Se somos servos de Deus, somos também suas testemunhas, em qualquer lugar ou situação. É certo que recebemos de Jesus a mesma autoridade e graça que Paulo recebeu. Não sabemos se testemunharemos diante de reis ou tribunais, mas com certeza para nossa família, vizinhos, colegas e amigos. Fazendo isso, talvez venhamos a  sofrer algum dano, como aconteceu com Paulo. 

À medida que o fim se aproxima, cumpre-nos dar um testemunho ainda mais forte, ainda mais contundente, e carregado do amor e da misericórdia de Deus, que quer levar muitos para a eternidade. Estamos dispostos a ser esse tipo de testemunha?

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