DCEC: ROMANOS – O propósito da Lei

Semana de 14 a 20 de maio de 2023

Rm 3:1-20

Na última semana, meditamos a respeito da verdadeira circuncisão, aquela originalmente intentada por Deus quando fez uma aliança com Abraão, e vimos como seu propósito se estende até nós. Junto a isso, existe um segundo elemento que muito identifica o povo judeu e que também teve seu alvo desvirtuado ao longo dos séculos e é o objeto da argumentação de Paulo nessa altura da carta aos Romanos: a Lei.   

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DCEC: ROMANOS – A verdadeira circuncisão

Semana de 07 a 13 de maio de 2023

Rm 2:25-29 

O verdadeiro louvor que agrada a Deus é o que parte do interior do ser humano e se transforma em atos concretos de obediência por amor e confiança, que é a essência da fé. É isto que Paulo afirma ao se referir a dois dos mais importantes elementos da identificação do povo judeu: a lei e a circuncisão, dada como um dos mandamentos de Deus ao povo de Israel.

A palavra “judeu” vem do nome “Judá”, que foi um dos doze filhos de Jacó (Israel). E seu significado é “louvarei a Deus” (Gn 29.35). Judá deu origem a uma das tribos de Israel, a qual se estabeleceu na região onde está situada a cidade de Jerusalém.  De Judá vieram, por exemplo, o rei Davi e o próprio Senhor Jesus, considerando a genealogia de José e Maria. Também a tribo de Judá foi a que se manteve mais fiel a Deus na época dos reis, já que as outras tribos foram se misturando com povos da região, seus costumes e deuses.

Não é demais dizer que, do ponto de vista da religião judaica, a tribo de Judá era a mais importante. No entanto, quando os olhos do Senhor passam sobre seu povo, os mesmos olhos que são como chama de fogo na descrição de Apocalipse, o que se vê é uma religião vazia, pois ele busca aquele que, de fato, “louva a Deus” no seu íntimo. A circuncisão e a aparência da lei, em si mesmas, não têm valor perante Deus.

Nos trechos seguintes, vamos ver que Paulo não desconsidera o valor da lei, porque ela expressa a vontade perfeita de Deus para o seu povo, seja num determinado momento (faça isso, vá por ali, espere e não vá agora, etc.), ou de forma permanente (de geração em geração, farás assim…). O ajuste que o Espírito Santo fez por meio do apóstolo é a ligação necessária e essencial entre o quanto eu decido fazer algo que agrada a Deus, ou o quanto eu sou movido por outros sentimentos, como o desejo de retribuição, ou o orgulho religioso e até nacionalista, que muitas vezes permeou as ações do povo de Israel no antigo testamento.

Deus criou e chamou homens e mulheres para si, para um relacionamento íntimo e profundo com Ele. Tal relacionamento é baseado no amor e na confiança. Por isso, a base desse relacionamento nunca foi e nunca será a lei, mas sim a fé. Sobre essa base vem a obediência aos mandamentos de Deus, justamente porque há o desejo de agradar a Deus (por amor) e a confiança de que sua vontade é perfeita, mesmo que muitas vezes eu não a entenda totalmente.

O chamado para viver como um verdadeiro “judeu” é para todos nós, considerando o significado desta palavra que significa louvor a Deus. Isso sem abrir mão da obediência, mas colocando-a no lugar certo: como fruto de uma vida de amor e confiança. Este é o coração circunciso do qual Paulo fala neste trecho da carta de Romanos.

Que o Pai celestial possa olhar para cada um de nós e dizer, como disse a respeito de Jesus: “Este é o meu filho amado, em quem tenho prazer”. (Mt 3.17)

DCEC: ROMANOS – O fruto do moralismo

Semana de 30 de abril a 06 de maio de 2023

LER: Rm 2:17-24 

A mentalidade moralista costuma ser uma ponte para uma vida de hipocrisia. No trecho que vamos estudar essa semana, Paulo direciona sua correção aos judeus que se orgulhavam de suas posições religiosas. Apesar do autor do livro argumentar em relação à cultura judaica da época e à maneira como alguns judeus agiam, essa advertência se estende ao longo dos anos, através do Espírito Santo, para que os discípulos de Jesus não vivam uma vida moralista e, consequentemente, orgulhosa e hipócrita.

Uma das definições de moralismo é a demonstração exagerada de preocupação com questões morais, que leva à impaciência em relação aos outros. Na passagem em que estamos meditando, Paulo fala dos judeus instruídos na lei, e as escrituras nos mostram que eles eram pessoas extremamente preocupadas com as regras e normas religiosas. Os fariseus questionaram Jesus pelos discípulos não lavarem as mãos ao comer (Mt 15:1-2), por colherem espigas no sábado (Mc 2:23-24). Eram homens preocupados com as regras e que cobravam fortemente os outros em relação a isso. Entretanto, Paulo mostra que boa parte dos judeus tinham aparência, mas não caráter, falavam e se preocupavam com a lei, mas não praticavam o que tanto defendiam.

A passagem mostra alguns exemplos práticos, pessoas que ensinavam aos outros mas não a si mesmos (vs. 21); se opunham ao roubo, mas roubavam (vs. 21); criticavam o adultério mas adulteravam (vs. 22); detestavam os ídolos, mas roubavam seus templos (vs. 22); tinham orgulho da lei, mas não a praticavam (vs 23). O resultado podemos encontrar em Isaías 52:5 e Ezequiel 36:20-23, onde afirma que o nome de Deus foi envergonhado entre as nações por aqueles que deviam ser os representantes dEle nessa terra. Podemos, num primeiro momento, ver a correção de Paulo, abominar as atitudes dos judeus e não entender como que o povo escolhido de Deus foi capaz de agir assim, mas precisamos trazer isso para o presente e aplicar em nossas vidas de maneira que não venhamos a cair como eles.

Como cristãos, corremos o risco de nos tornarmos pessoas moralistas como alguns judeus. Podemos pensar que pertencemos e agradamos a Deus apenas por fazer determinadas coisas, como “frequentar a igreja certa”, “falar um linguajar adequado” ou até por termos um “conhecimento da Bíblia”. Essa mentalidade gera orgulho e nos afasta de Deus, abrindo brecha para diversos pecados em nossa vida. A mentalidade de um discípulo, no entanto, é a de que fomos justificados exclusivamente pela graça de Deus. Não tínhamos nada para nos gloriar e fomos totalmente aceitos apenas por nossa fé na obra consumada de Jesus. Isso nos liberta para podermos, de fato, viver uma vida santa e agradável a Deus. Em outras palavras: não buscamos santidade para sermos aceitos, mas porque já fomos aceitos.

Os religiosos judeus eram pessoas extremamente zelosas de suas tradições. Paulo afirma que eles possuíam um zelo sem entendimento (Rm 10:2), logo, não proveitoso para a salvação. Sabendo que esse comportamento dos judeus foi rejeitado por Deus, somos chamados a viver pela fé, vivendo de maneira íntegra e agradável a Deus. Portanto, qual tem sido a nossa postura como discípulos? Sincera e íntegra ou moralista e hipócrita? Você consegue identificar exemplos de moralismo em sua vida? Vamos meditar juntos para que o Senhor sonde e revele os nossos corações e nos leve a sermos totalmente libertos desse mal.

DCEC: ROMANOS – O testemunho da consciência

Semana de 23 a 29 de abril de 2023

LER: Rm 2:12-16

A consciência é a parte do espírito do homem que é responsável por corrigí-lo e repreendê-lo de acordo com a vontade de Deus, reprovando o pecado e aprovando a justiça. Ela nos mostra que fomos criados por Deus para expressar o seu caráter. Nesta semana, vamos buscar entender melhor o que é essa consciência que testemunha da lei de Deus gravada no coração de todos os homens, até mesmo daqueles que não o temem.

Por causa do pecado, já nascemos com nosso espírito morto para Deus. Contudo, o atributo da consciência que existe nele ainda funciona parcialmente. No Éden, o homem pecou e comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal. Com isso, dentro do espírito do homem, ainda restou uma pequena capacidade de distinguir o que é justo do que é injusto, e é em cima dessa fina e frágil linha de consciência, por alguns chamada de “moral”, que o mundo tenta equilibrar suas leis, paixões, vontades e desejos, como se estivesse tentando atravessar de um prédio para outro através de uma corda bamba.

De acordo com a palavra, a consciência tem algumas características que consideramos importante destacar: 

  • Ela testemunha no nosso Espírito (Romanos 9:1)
  • Pode ser fraca e contaminar-se. (1 Co 8:7). 
  • Quando for negada, pode chegar ao ponto de naufragar na fé (1 Timóteo 1:19).

Quando temos nosso espírito vivificado pelo Espírito de Deus, a consciência se torna uma arma muito poderosa. Ela começa a testemunhar contra nós, nos inquietando antes mesmo de tropeçarmos em alguma coisa. Assim, sempre que damos ouvidos e atendemos a esses protestos, mantemos nossa consciência limpa e ela testemunha a nosso favor para ajudar-nos na caminhada com o Senhor: “Porque de nada me acusa a consciência” 1 Coríntios 4:4.

No entanto, ela também pode ser fraca e facilmente se contaminar. Por exemplo, um irmão fraco na fé, que antes de Cristo tinha como hábito embriagar-se, e que ainda tenha forte tentação de cair neste pecado, se for exposto a um ambiente propício à queda, pode permitir que sua consciência se contamine e, portanto, o “freio” que o guardava, acaba sendo retirado por causa da má influência e a sua fraqueza é exposta, levando-o ao pecado. Por último, podemos chegar ao ponto de negarmos a boa consciência, rejeitando todas as advertências do Espírito Santo, insistindo em pecar, de tal forma que ela fique insensível, cauterizada, e a distinção do que é certo e errado se torne tão turva que a fé perde o sentido, e assim naufragamos.

Em resumo, a consciência é uma dádiva de Deus que serve de lei para os perdidos, nos ajuda a discernir o que é certo e errado, e preservá-la é essencial para manter uma vida íntegra e comunhão com Deus. Compartilhe com seu irmão uma ou mais situações em que a consciência impediu você de levar adiante um desejo pecaminoso, e vamos animar uns aos outros a estarmos atentos a essa ferramenta tão poderosa.

DCEC: ROMANOS – A bondade que conduz ao arrependimento

Semana de 16 a 22 de abril de 2023

LER Rm 2.1-11

Na história da salvação, Deus apresenta-se constantemente bondoso para com o homem. Não se trata somente daquela visitação misericordiosa no momento da nossa conversão, mas também de um derramar de tolerância e longanimidade sobre nosso passado, presente e futuro. No texto desta semana, meditaremos a respeito da benignidade de Deus que, ininterruptamente, nos alcança apesar do nosso estado, bem como qual deve ser nossa resposta a ela.

Nessa altura da carta aos Romanos, Paulo traz uma séria advertência aos irmãos: cuidado com o juízo condenatório. É importante notarmos, antes de tudo, que o problema não está em julgarmos uma atitude como certa ou errada, pois o mesmo apóstolo diz aos tessalonicenses em outra ocasião: “julgai todas as coisas” (1Ts 5:21) e aos coríntios: “o homem espiritual julga todas as coisas” (1Co 2:15). O problema está no que fazemos com nosso julgamento. Essa ideia fica mais clara quando lemos a parábola do fariseu e do publicano, em Lucas 18:9-14, onde Jesus direciona suas palavras para “alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros”. O foco da mensagem de Paulo é um chamado para uma atitude oposta, pois a disposição do coração de alguém que anda com Deus é a de ter misericórdia daqueles que se encontram na prática do erro, e se assemelha muito mais a do publicano que batia no peito reconhecendo sua miséria.

Assim age aquele que experimentou o poder da operação da bondade de Deus. Há uma mudança na disposição da mente, que passa a ser como a de Cristo, e o Espírito, no seu interior, pode clamar pelas almas em ruínas: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34). Quão contrastante é esse proceder de Cristo com o proceder do velho homem, que se move “segundo a sua dureza e coração impenitente” (vs 5), condenando os outros pelas suas atitudes, ignorando os desígnios de Deus e o fato de que a Sua bondade pode conduzi-los ao reto caminho através do arrependimento, esquecendo-se de que, outrora, andava da mesma forma, segundo a escravidão da sua carne e seguindo o curso desse mundo. A atitude do homem regenerado não é um convite à passividade, mas baseada em fé, e em nada despreza a ação de Deus, se colocando à disposição para cooperar com a obra que Ele mesmo começou, praticando a misericórdia através da oração, do ensino, do acolhimento e da correção. 

No evangelho de João, capítulo 8, vemos o fracasso da justiça do homem caído, e o desfecho da história foi que Jesus, o único verdadeiramente justo que poderia exercer juízo contra aquela mulher, optou pela misericórdia. Qual tem sido a nossa atitude ao vermos um irmão incorrendo no erro? E quanto a algum incrédulo que nunca reconheceu a bondade de Deus? Paulo nos ensina que Deus não faz acepção de pessoas e, nesse sentido, todos necessitamos da Sua bondade, judeus e gentios, crentes e incrédulos. Medite e compartilhe com seus irmãos sobre a disposição do seu coração em ser misericordioso e qual deve ser a nossa resposta em relação a essa atitude universal de Deus.

DCEC: ROMANOS – O juízo mais duro de Deus

Semana de 09 a 15 de abril de 2023

LER: Rm 1.24-32

O inferno é o juízo final de Deus, mas nem sempre Ele espera até o fim dos tempos para julgar. Dentre todas as promessas de condenação contra o orgulho e a rebeldia humanas, você sabe qual é a promessa mais severa de todas? Fogo do céu? Enfermidades? Pragas? Nos versículos desta semana, veremos que o juízo mais severo de Deus acontece quando Ele abandona um povo, entregue aos seus próprios pecados.

Se Romanos é um livro sobre o Evangelho, é natural que ele comece tratando sobre a necessidade do evangelho. Como vimos na semana passada: o mundo, em pecado, está debaixo da ira de Deus. Quanto maior o envolvimento com o pecado, mais a ira de Deus se revela. Portanto, entre os versículos 24 a 32 de Romanos 1, Paulo usa três vezes a expressão “Deus entregou”. Cada uma fala de um abandono maior de Deus em resposta a um nível maior de iniquidade humana.

O primeiro abandono está no versículo 24: “Deus entregou tais homens à imundícia”. Esse abandono é uma resposta de Deus ao orgulho humano, que adorou a criatura em lugar do Criador. Deus, o Autor da vida, que sabe como ela deve ser vivida em sua plenitude, permite que o mundo viva como quiser. O resultado disso é uma revolução sexual: pessoas que estão entregues a todo tipo de impureza e que não têm controle de si.

O segundo abandono está no versículo 26: “os entregou Deus a paixões infames”. Aqui, a revolução sexual dá lugar a um movimento homossexual: homens se envolvam com homens e mulheres se envolvam com mulheres, em contrariedade com a ordem perfeita da natureza criada por Deus.

O terceiro abandono está no versículo 28: “os entregou a uma disposição mental reprovável”. Neste último estágio, a mente, sendo a faculdade mais importante da alma, que nos permite compreender a verdade do evangelho, se torna profundamente afetada pelo pecado. Verdades antigamente inquestionáveis se tornam motivo de piada para o mundo. Noções básicas da biologia, história e ética são negadas como se fossem opcionais. Nesse estágio, como nos diz o texto, os pecados que começaram na esfera sexual, se proliferam para todas as relações da vida. Amizades destruídas, famílias separadas, filhos desobedientes aos pais… os próprios pilares que sustentam a sociedade começam a ruir porque a mente foi profundamente afetada pelo pecado.

Felizmente Romanos não começa, nem termina aqui. Mesmo quando Deus abandona um povo orgulhoso e rebelde, ele deixa o seu próprio povo no meio deles, como um testemunho vivo do amor e da verdade. O evangelho permanece lá, na pregação e na vida do povo de Deus. E assim muitos, até o fim, terão a oportunidade do arrependimento e da salvação. As fortalezas das trevas podem ser grandes, mas os discípulos de Jesus tem dinamite espiritual nos seus corações. O Evangelho prevalecerá.

Compartilhe com seus irmãos quais sintomas descritos nessa passagem podem ser observados nos dias de hoje. Separe um tempo no encontro para ser dedicado à oração por aqueles que têm sido entregues por Deus a si mesmos, para que a luz do Evangelho transformador de Deus possa brilhar em nossos dias.

DCEC: ROMANOS – A glória manifesta de Deus e a soberba humana

Semana de 02 a 08 de abril de 2023

LER: Rm 1.18-23

Todo problema do homem se resume na sua rejeição a Deus. O trecho que é base para o estudo desta semana é claro ao dizer que as coisas criadas revelam a pessoa e o poder de Deus:”os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder, e até mesmo a sua natureza divina”. Logo, como não é possível deixar de ver, ouvir e sentir o que nos cerca, a presença e a glória de Deus é manifesta em tudo e em todos. E Paulo acrescenta um detalhe que é ainda mais impressionante: isso acontece “desde o princípio do mundo” (ver. 20). É por isso que Adão e Eva usavam seus sentidos naturais na relação com o criador, até que o pecado entrou e mudou esse quadro.

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