Semana de 24 a 30 de outubro de 2021
“Então Pedro, aproximando-se, perguntou a Jesus: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
Jesus respondeu: Não digo a você que perdoe até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” (Mt 18.21-22)
Você já pensou quantas coisas nós deixaríamos de aprender se Pedro não tivesse feito esta pergunta a Jesus? Nesta passagem, ele interroga o Senhor sobre uma questão muito importante. Talvez Pedro desejasse mostrar sua própria generosidade sugerindo perdoar sete vezes uma mesma pessoa. Algumas vezes, nós mesmos usamos frases como: “Eu já perdoei tudo o que eu podia e, mesmo assim, essa pessoa não muda.”
Nós costumamos colocar limites humanos e achamos que somos os mais espirituais por exercer tais limites. Mas, aqui, Jesus estabelece o padrão de Deus. Ele eleva muito acima das sete vezes propostas por Pedro, Jesus as multiplica por setenta. Esse é o perdão de Deus. É muito acima da ofensa, é incalculável para uma mente limitada como a nossa.
Nosso perdão não pode ser fruto de nossos sentimentos, pois não podemos acordar em um dia perdoando mais do que nos outros apenas por estarmos nos sentindo bem. O perdão é uma decisão. Precisamos decidir perdoar, por mais dor e sofrimento que a ofensa tenha nos causado, precisamos exercer o perdão. Nós temos o exemplo de Cristo, que quando estava sendo crucificado, orou dizendo:
“-Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23.34)
Perdoar é cancelar dívidas, é liberar o ofensor, é renunciar a qualquer reivindicação que temos. Não podemos ter em nossas vidas nenhuma mágoa ou ofensas mal resolvidas, pois tudo isso funciona como uma prisão, ficamos escravos desses sentimentos, aprisionados, e incapacitados para a obra do Senhor. Se perdoar liberta, não perdoar escraviza, e um discípulo do Senhor precisa ser completamente livre para servi-lo.