Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
Aqui, mais uma vez Jesus surpreende as expectativas dos discípulos. Mais uma vez a lógica humana é invertida: Os mansos herdarão a terra, e não os conquistadores, nem os violentos. Mas o que é mansidão segundo a Bíblia?
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”
Nesse versículo, talvez ainda mais do que nos outros, é importante lembrarmos que a palavra “bem-aventurado”, no texto original, significa “feliz”. Essa lembrança se faz importante porque aqui Jesus nos ensina algo que contraria a lógica humana que diz que o choro é motivo de tristeza ou de infelicidade. Jesus está ensinando claramente que aquele que chora será feliz.
O Sermão do Monte (Mateus capítulos 5 a 7) é um trecho muito especial dos evangelhos. Contudo alguns equívocos, ditos ao longo dos séculos, podem nos fazer perder essa riqueza. Um destes enganos afirma que os mandamentos de Jesus não foram direcionados à igreja, que está debaixo da graça, mas somente à Israel, que estava debaixo da Lei.
Aprendemos muito sobre o Senhor Jesus através do ensino de Paulo. Aprendemos que ele é Deus, o Senhor, o Cristo, a Cabeça da igreja, a Imagem de Deus; enfim, os atributos de Cristo nos parecem inesgotáveis.
Aqui em Efésios, ao falar de tudo que Cristo significa para nós por meio de sua obra salvadora, Paulo abre o coração e nos mostra um atributo ainda mais íntimo e especial: Jesus é o Amado.
Ele é o Amado do Pai. Aqueles que o seguiam de perto puderam ver os céus abertos duas vezes, apenas para que o Pai pudesse declarar o seu amor pelo Filho (Mt 3:17, 17:5). O próprio Jesus tinha convicção disso, porque declarou com confiança: “O Pai me ama” (Jo 10:17).
Jesus também é amado por cada um dos que Ele resgatou. Paulo usa um artigo definido: Jesus é o (nosso) Amado. É aquele que deve ocupar o lugar mais importante em nossa vida.
Temos tantos motivos para amá-lo acima de todas coisas, não é mesmo? O amamos como noivo, como amigo, como salvador, como irmão. Portanto, compartilhe com os irmãos as razões que te levam a declarar como Paulo: Jesus é o meu Amado!
Como vimos nos últimos meses, Paulo se esforçou em conhecer a Cristo e compartilhar esse sublime conhecimento com a Igreja ao longo das cartas que escreveu. Neste processo, uma das suas conclusões é que Jesus Cristo é o padrão que devemos buscar em todas as coisas, o alvo que almejamos alcançar.
Na semana passada, vimos que fomos chamados e escolhidos por Deus para sermos “conformes à imagem de seu Filho, a fim de ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8.29). Em Cristo fomos inseridos na família de Deus, e chamados a seguirmos os passos de nosso irmão mais velho.
Obviamente essa transformação é algo que será operado em nós através da ação do Espírito Santo, tanto de forma direta (2 Co 3.18), quanto através do corpo de Cristo (Ef 4.12-13), não sendo fruto de um esforço humano de ser igual a Jesus. Existe, no entanto, a necessidade de uma decisão pessoal de prosseguir para este alvo , assim como Paulo, esquecendo das coisas que ficam para trás e avançando para aquilo que Deus amorosamente nos tem proposto.
Nesse processo de conhecer mais o nosso Senhor, como você tem sido desafiado a ser mais parecido com Ele? Seu coração se alegra com a expectativa de ser transformado dia a dia à imagem de Jesus?
Ao ver quanto ainda falta nessa caminhada, não vamos desanimar com nossas limitações, mas sejamos animados pelo Espírito Santo a seguir o exemplo de Paulo e, com os olhos fixos em nosso alvo, prossigamos em direção ao “prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Jesus, o homem perfeito que andou entre pecadores, é o mesmo que criou céus e terra. Ele se esvaziou de sua glória para se tornar homem e servo, mas nunca deixou de ser a imagem do Pai no que se refere à santidade, amor, bondade, justiça, etc.
Em nosso caso acontece o contrário pois, por natureza, recebemos a herança de Adão, mas somos alvos do trabalho do Espírito Santo que quer nos conduzir até termos a imagem do homem celestial. Portanto, muito do que somos ou temos precisa ser deixado para trás para que o caráter de Jesus seja a nossa marca visível. Não podemos lutar pela preservação de nossa imagem, dos nossos recursos ou até mesmo das nossas obras, pois estas coisas podem se tornar um ídolo e tomar o espaço do trono de Deus em nós.
Não podemos mais resistir ao trabalho do Espírito, mas devemos ser servos, mansos e humildes, tendo em nós a mesma atitude de Jesus, que é o centro de todas as coisas, tanto das visíveis quanto das invisíveis. Assim como Jesus foi exaltado por sua atitude, nós também experimentaremos alegria plena se nos oferecermos como instrumentos para a glória do nosso Pai, pois tudo é Dele, se mantém por meio Ele e aponta para Ele.
Compartilhe com seus irmãos alguma experiência onde Jesus como o centro de suas decisões e atitudes, além de algum momento em que percebeu que não era mais você vivendo, mas Cristo vivendo através de você!
Paulo dava especial atenção ao fato de que Jesus ressuscitou e de que nós também ressuscitaremos. Muitas vezes, durante suas pregações, ele recebia a atenção das pessoas até o ponto em que falava de ressurreição, e então era rejeitado. Mas nem por isso deixou de pregar o Cristo ressurreto. Pelo contrário, ele sabia que era essencial ter este ponto bem claro na pregação do evangelho.
No trecho que lemos da segunda carta a Timóteo, Paulo fala que esse era o “seu” evangelho, uma ligação que muitas vezes lhe trouxe sofrimento e perseguição, mas era a garantia de que um dia poderia usufruir das promessas feitas pelo Senhor. Se com ele morremos, também com ele seremos ressuscitados.
É comum em nossa experiência que em alguns momentos desanimemos por perder de vista nosso futuro glorioso. Isso pode nos levar à derrota, não vendo razão para tomar a cruz dia a dia, como aparentemente era o caso de alguns irmãos em Corinto (no segundo texto que lemos). Porém, quando cremos no fato de que Cristo ressuscitou, entendemos que a morte que opera hoje nos membros de nosso corpo é passageira e tem seus dias contados, por causa da vitória de Jesus. Aleluia!
Você está passando por essa situação? Talvez sim, talvez não. Por isso é importante reforçarmos este fundamento para ajudarmos aqueles irmãos que porventura estejam desanimados. Não importa o que temos passado ou teremos que passar neste mundo; Jesus nos garante que nosso futuro é glorioso, em uma nova casa, em um novo corpo, para sempre com Ele. Vamos pregar e viver segundo essa mensagem do evangelho.
Um cântico dizia que “há um homem na glória que é vida para mim”. Jesus é esse Homem na glória.
Ele venceu como homem vivendo uma vida perfeita. Mas, mesmo sendo plenamente santo, decidiu tomar todos os nossos pecados sobre si, para que, após ressurreto, pudesse atravessar os portais eternos, apresentar-se diante do Pai, com um sangue perfeito e um corpo glorioso e, representando cada um de nós, pudesse assentar-se à direita da majestade nas alturas, garantindo nosso acesso à presença de Deus.
Ele não é um mediador passivo, que apenas nos aceita. Ele é o nosso intercessor particular, que nos apresenta ao Pai incessantemente, estando nós totalmente justificados pelo Sangue. O autor da carta aos Hebreus (Hb 4.14-16) concorda com o que Paulo disse apontando para o fato de que esse mediador, nosso sumo sacerdote Jesus, conhece a fraqueza humana e pode nos socorrer com graça e ajuda na hora da dificuldade.
Vamos nos alegrar, sabendo que Jesus é o mediador e intercessor que não esquece de nós! Compartilhe com seus irmãos sobre momentos em sua vida onde esta ação do Senhor foi importante.
Nessa passagem Paulo usa a palavra grega “zoe” que significa: “vida de Deus”. Ele utiliza essa palavra nos versículos 3 e 4 para dizer que é a vida de Cristo em nós que hoje nos faz vencer o pecado em suas mais diversas formas (versículos 5 a 11). Mas nem sempre foi assim. Por causa do pecado, nós estávamos condenados e éramos incapazes de viver a plenitude do que Deus planejou para nós. Perdemos o acesso à Árvore da Vida até o dia em que fomos alcançados pela graça e misericórdia do Senhor.
Cristo não apenas nos salvou da condenação, mas também nos tornou vivos para Deus. Ele é a razão de nós mortificarmos a nossa velha natureza: porque temos uma nova vida para viver, segundo o padrão perfeito de Deus, vida em abundância!
Às vezes nos esforçamos para cumprir os mandamentos, pensando que assim teremos algo de agradável para apresentar a Deus. Mas, na verdade, a lógica do plano de Deus é inversa. Jesus é o homem, o Filho, que agrada ao Pai plenamente. Ele nos dá Sua vida para que, vivendo através de nós, também sejamos agradáveis ao Pai. Não é por esforço próprio, mas por fé, crendo, confiando e fazendo exatamente o que o Senhor nos ordena (versículos 11 a 17).
Devemos pensar sobre quais aspectos da vida de Jesus ainda não são experiências práticas em nós e pedir para que o Espírito Santo nos encha de graça e poder para experimentarmos uma transformação radical.
Que cada vez mais, não apenas no fato, mas também na experiência, Cristo seja a nossa vida!
Ser cabeça, na Bíblia, fala de autoridade, cobertura e provisão. Jesus não é apenas nosso Salvador. É também nosso Senhor; aquele que dirige, cuida e provê.
Como corpo de Cristo, nos foi dado o privilégio de anteciparmos o dia em que Jesus será cabeça sobre todas as coisas. Hoje já podemos desfrutar das bênçãos da sua autoridade e provisão, pois nos tornamos parte do Seu corpo, que estende a nós tudo aquilo que vem dEle.
Por outro lado, temos também a responsabilidade de sermos suas mãos e seus pés aqui na terra, vivendo como ele viveu e estendendo ao mundo a bênção de fazer parte da Família de Deus. Onde quer que estejamos, Jesus ali estará.
Compartilhe com seus irmãos como você entende que o Senhorio de Cristo, o Cabeça, deve operar, de forma prática, em nossa vida e relacionamentos como membros do mesmo corpo.